Meu primeiro Design Sprint
No mês passado (Julho/22) participei pela primeira vez de um Design Sprint. Na verdade, foi a primeira vez que houve esse processo na empresa em que eu trabalho (Fitcard). E se já não fosse desafiador o suficiente, adaptamos algumas metodologias para nossa realidade e aplicamos parte do processo em apenas dois dias (sem contar a etapa de prototipação).
Resolvi fazer esse artigo para pontuar de forma prática o que achei interessante, mas também para relatar minha participação como UI Designer. Caso queira saber mais sobre a metodologia e os processos, recomendo o livro oficial.
O problema
Tínhamos um card aberto em nosso Product Backlog há algum tempo, sobre uma funcionalidade de busca de estabelecimentos pelo nosso aplicativo de Vale Benefícios, e achamos o "problema" ideal para ser resolvido através de um Design Sprint, já que é uma funcionalidade de um produto que temos bastante autonomia para desenvolver novas funcionalidades.
Interface original
Mapear
Primeiro, definimos perguntas do tipo "Como podemos?" através de entrevistas com usuários e stakeholders, para juntarmos o maior número de possibilidades e ideias de como poderíamos melhorar aquela funcionalidade. Através uma votação, definimos as perguntas mais importantes:
Depois, pedimos para que cada participante criasse um fluxo de etapas para o usuário buscar algum estabelecimento, ler as informações, e decidir se é um estabelecimento viável para ele se deslocar até lá. Tudo em nove passos, desde o Início de interação do usuário com nossa aplicação, até o Objetivo final (escolher um estabelecimento). Depois, também através de votação, desenhamos um fluxo ideal, escolhendo as melhores etapas de cada fluxo criado anteriormente.
Com isso, pegamos as perguntas que fizemos anteriormente, e vimos em qual etapa cada uma se encaixava. Após isso, ficou muito mais claro onde estava o problema, e onde deveríamos focar para encontrar uma solução. Ficou evidente que o maior problema estava na etapa de Busca e Decisão.
Para finalizar a etapa de mapeamento, decidimos em conjunto com todo mundo dando sugestões, quais seriam os objetivos a longo prazo dessa funcionalidade, e novamente através de votação, decidimos a principal:
Aumentar o número de usuários (clientes que usam os cartões) e de credenciados. Pois a nova funcionalidade facilitará o uso para o usuário, e aumentará o lucro para o credenciado.
Esse objetivo foi essencial para guiar as decisões dali pra frente, relacionadas ao desenho da funcionalidade, desde rabiscos no papel até a prototipação.
Desenhar
Aqui foi uma das minhas partes favoritas de todo o processo, a hora de começarmos a pensarmos de forma efetiva como seria a funcionalidade. Começamos através dos Crazy Eights, que foram fundamentais para sairmos da zona de conforto da ideia inicial de cada participante.
Depois, cada participante ficou com a tarefa de desenhar em um papel o fluxo ideal do usuário, levando em conta todas as ideias que trabalhamos até agora, e claro, o objetivo final. Abaixo, a minha sugestão:
Adivinha o que vem agora? Sim, votação! Decidimos qual conceito geral estava mais de acordo com nosso objetivo final, mas além disso, quais itens de outros conceitos também poderíamos aproveitar na nossa ideia final. Legal destacar que essa votação foi anônima :)
Com todas essas ideias consolidadas, chegou a hora do Storyboard! Todas nossas ideias reunidas em um wireframe, última etapa antes da prototipação. Vale citar que alguns elementos de interface e funcionalidades foram desenvolvidas especificamente para se adequar a regra de negócio do nosso aplicativo.
Aqui o resultado final:
Prototipar
Aqui foi a minha hora de colocar a mão na massa! Fiquei bastante feliz de ter meu o conceito geral escolhido como o vencedor da votação, mas principalmente, fiquei ainda mais feliz de ver como todas as opções traziam conceitos interessantes, e como conseguimos juntar tudo em uma ideia só. Com um wireframe bem completo, ficou mais tranquilo desenhar a interface do usuário.
Com o layout terminado, começamos a prototipar. Definimos quais funcionalidades eram mais importantes para os testes com o usuário (não é necessário prototipar TUDO), e chegamos ao protótipo final:
Conclusão
Após o término do protótipo, começamos os testes. E claro, surgiram alguns pontos de melhoria que são perceptíveis apenas após os testes com usuários reais. Após isso, é hora do time se reunir novamente, unir pontos de melhoria em comum, e finalmente, lançar a funcionalidade para o usuário.
Para mim, um dos principais benefícios dessa metodologia foi promover uma cultura de inovação dentro do nosso time, diminuir consideravelmente refações e entregar rapidamente uma solução para o usuário.
Mesmo deixando de realizar algumas etapas by-the-book, ficou evidente o quão necessário é aplicar essa metodologia não só para novos produtos, mas também para rever pontos de melhoria em produtos que já estão no mercado.
Agradecimentos
A ideia de aplicar Design Sprint surgiu de uma solução de uma Rocha, em uma Retrospectiva, e a realização não seria possível sem a ajuda do Lucas Oliveira e também do Renan Bonin (nosso Product Owner e UX Designer, respectivamente). A condução do evento por parte deles, de acordo com nossa realidade, e com o foco e participação de toda a equipe, foi fundamental para o sucesso da mesma, mesmo com o enorme desafio de fazer tanta coisa em tão pouco tempo :)